Mensagens

A mostrar mensagens de 2012

acorda

O que há entre ti e o teu reflexo? Um mundo de coisas sem nexo. Há espaço e conforto perene e na ausência de alguém que te acompanhe, podes sempre pedir champanhe para te aconchegar. Há luxo e limusinas nesta metrópole hipérbole. Muitos sabores e cores para degustar. Há brilho nas coisas bonitas e um clube onde o teu nome é um cocktail. Agora acorda e perdoa o despertar.

simple minds: 70 cities as love brings the fall

He wants the world Screams everything Follows in love Love brings the fall She is a country Feel for life Follows in love Love brings the fall First tear forms in the right eye This is the eye that's crying first First tear forms in the right eye This is the eye that's crying first Going somewhere Getting someplace Going somewhere Follows in love Love brings the fall Going somewhere Getting someplace Going somewhere Follows in love Love brings the fall Going somewhere Getting someplace Going somewhere Follows in love Cities heavy Moving breathing Follows in love Love brings the fall The need to draw blood somehow Follows in love Love brings the fall Breath is in Breath is out I'm not seeing anything I see too much When the other side of midnight calls Remind me I'm glad to be here First tear forms in the right eye This is the eye that's crying first In seventy cities In seventy cities Oh no oh no oh no no no Here it comes Here it comes Here it comes

some useful sites, relatively unknown. look 4 the green boxes.

Name Discipline(s) Description Access Cost Provider(s) Academic Publications eJournal Multidisciplinary science (student based) Student driven research abstracts, posters, articles, science specific search engine, public forum Free APeJ search Academic Reference and Research Index Multidisciplinary Academic search engine for college students including only web sites recommended by teachers, librarians, and library and educational consortia Free Dr. Michael Bell Academic Search Multidisciplinary Several versions: Complete, Elite, Premier, and Alumni Edition Subscription EBSCO Publishing Aerospace & High Technology Database Aerospace, Aeronautics, Astronautics Subscription ProQuest AJOL: African Journals OnLine Multidisciplinary Scholarly journals published in Africa Free abstracts; Subscription full-text African Journals OnLine AgeLine Sociology, Gerontology Includes information on aging-related topics, including economics, public heal

a vida louca

Ela vivia num sítio em Lisboa a cair aos bocados, junto ao rio Onde se passeavam barquitos à toa e marinheiros estrangeiros. Fora top-model em Nova Iorque e vivia num loft com um sujeito Que tinha herdado uma fortuna mas que raramente tomava banho. Era alto o rapaz, aristocrata de sangue puro, de cabelo loiro escuro, O dela cheio de caracóis, cor de café torrado, dos avós de África herdado. Foram glamorosos, ele e ela, juntos eram uma sensação Nas festas loucas de Londres, L.A. e Amsterdão. Bebiam champanhe francês na companhia de artistas, Apareciam sempre a sorrir nas fotos das revistas Enquanto dançavam os rapazes selvagens de Duran Duran. Eram vistos nas passerelles de Milão, cartazes publicitários e painéis: Um metro e oitenta e cinco, oitenta sessenta oitenta e seis. Faziam um vídeoclip da vida como estrelas de rock and roll. Mas virou a década, uma overdose bastou e ele morreu E ela sem dinheiro e ninguém, da tristeza adoeceu. Apanhou um avião

desiderata - max ehrmann

Imagem

as horas que são

Não se pode saber ao certo, de noite, que horas são. Ele presta serviços incertos nas horas vagas a troco de nada, em casas subterrâneas forradas a veludo vermelho e cetim. Apaga os incêndios escondidos em cada um,  eficientemente. Uma caixa de música toca aquilo que ouvia na infância enquanto uma bailarina de porcelana sem pernas dança, graciosamente. A servidão de alguém com bom coração vende cigarros e álcool e submete-se à noite da gasolina com um fósforo aceso em cada mão. Ele caminha o triste caminho até chegar à casa vermelha mas não sabe que horas são nem quando chega lá. Talvez o tempo de um cigarro ou dois, de três copos ou quatro, ou de um fósforo. Mas um estranho aneurisma que nele se instala e que não se revela a princípio como bomba-relógio, bate com o coração cronometrado e dita o tempo que falta até que os fumos da gasolina nele se evaporem e a explosão se adie com o gesto de um cigarro e de um fósforo, infinitamente, e incendeie, por fim, com a ela, a m

o piano

Que direito tens tu, ó artista ou mestre de batuta mágica, de atirares um piano, assim, para a noite dos assassinos? Piano vagueia perdido ao relento doce e pesaroso de andamento e chora alegres majestosos em noites tímidas de lua cheia. A rapariga compadece-se, mais ninguém. Estende-lhe a mão, e a música que dela virá não soará mais à violência do grito solene e estridente, ou da brusquidão tirana e demente do artista ou mestre. A rapariga e o piano são melodia de pássaros que fazem um ninho e que ganham asas na mais funda e dilacerante ferida da humanidade no meio sujo da cidade, esgoto profundo e escondido onde as almas tristes habitam alegres, mas não muito.

cobertor do medo

enrolei o segredo em volta do dedo como se fosse um novelo e fiz um cobertor. com o peso de um pesadelo adormeci cedo debaixo do segredo feito de lã quente e de gelo. e não sonho mais o pesadelo porque agora desfio o novelo com o dedo e porque debaixo do cobertor está um computador que não brinca com o medo.

a matemática do bem maior

O Generalíssimo entrou triunfante pela porta adentro. Ansioso, esperava ver a nova decoração do seu gabinete. O Tenente-Coronel esperava-o, confortavelmente sentado no cadeirão do Generalíssimo, atrás da imperial e faustosa nova secretária de mogno com tampo de mármore e de pernas esguias que faziam lembrar as colunas do Olimpo. Este, pasmado com o atrevimento, abriu demasiado o olho caindo-lhe assim o monóculo que ficou estupidamente a balançar da corrente dourada e reluzente que o prendia da bolsinha da farda militar cor de azeitona que vestia impreterivelmente todos os dias, impecavelmente engomada sem quaisquer vincos. O Tenente-Coronel esboçou um sorriso familiar, suas mãos repousavam calmamente nos braços do cadeirão do Generalíssimo, ao mesmo tempo que o enxergava com uma displicência curiosa, quase infantil. Mas o Generalíssimo não via nada para além de ser um outro qualquer a ocupar-lhe o lugar e, para ele, o semblante do Tenente-Coronel era igual ao dele de todos os dia

Razordawn

Razordawn: 
cuts the skin, tears away your heart and gives it back to you. You take it, you need it, and you have to say thank you. 
The hunting knife that opens the wound of another day. 
Another time. 
Another life. 

 — Shhh... they'll wake up! A scream at the distance.
 Muddy footprints. 
A red-blood cherry lost in the way.

chuva triste

Chuva triste, por quem choras? Não sei por quem choras tu. Tu, quem quer que sejas, que estás triste, deves dar-te por feliz, pois tens o céu a inundar as ruas por ti. Tens pessoas a abrirem guarda-chuvas por ti, a meterem-se dentro de carros por ti, a meterem conversa nas paragens dos autocarros por ti, a tomarem decisões por ti. Por ti, tens um mundo inteiro que se aflige quando tu te afliges e um céu que chora contigo. Quem quer tu que sejas. Dá-te por feliz.

A Vontade de Jaquelino Bragão Travassos (extracto diário)

Quero paz e quero que me deixem em paz. Não quero doutores de bata branca, nem pessoas, nem hospitais, nem gente atrás de mim. Quero estar sozinho no mundo, eu e a minha miséria e a minha auto-comiseração. Não quero mais remédios, placebos ou panaceias para a dor. Quero deixar-me explodir em modo natural. Quero fugir a isto tudo que parece uma prisão e não é. Quero rebentar com as sinapses. Quero não ver pessoas à minha frente. Quero ser reduzido à minha insignificância. Quero não ser julgado pelo que sou ou não sou. Quero ser simplesmente por aí. Quero existir e deixar a minha existência tomar o seu livre curso. Estou farto desta vida, de ter de querer aquilo que não tenho e de sentir o tédio dos dias na inércia dos olhares à minha volta. Quando é que isto tudo começou a tornar-se tão errado? Em que altura? Como é que tudo se tornou apenas nisto? Como? Como deixei chegar a este ponto? É um vazio tão grande! Já tive a minha vida tão cheia de planos e agora sinto-me um peão do tempo e