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a velha

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encontrei esta cara num quadro de um pintor famoso que já não me lembro qual é e copiei-a mas também não tenho paciência para ir procurar a cara da velha e em que quadro está e qual o pintor famoso.

mamãrobot

Mamãrobot é um cristal, Mamãrobot é pedra dura, Mamãrobot veio doutro sítio. Mamãrobot é roupa suja, tábua-de-engomar e alguidar. Mamãrobot está sempre a tropeçar. Mamãrobot veio de muito longe, com um saco preto enfiado na cabeça e uma mala a tira-colo. Parecia um susto! Mamãrobot anda em casa, e tem direcção assistida. Mas está sempre a tropeçar. Às vezes enche-se de ar para não se magoar. Mamãrobot é de um cinzento cromado, ela lava e seca lágrimas sem cobrar. Mas ela própria não pode chorar, porque assim vai enferrujar. Tem que beber óleo preto para funcionar. Coitada Mamãrobot!

a rosa sem senão/refresco de limão

Trazes-me um refresco? Marte e Júpiter esperam por mim, trás e frente são-no ao avesso, Mas isto já não dá nada com nada, E eu morro de solidão. Estou só de Sol ou lá de Lá ou dó de Dor: que não posso sem um desejo de morrer ou desesperar, E fico assim, No abismo abismada, Nem só de Sol ou lá de Lá, só dó de Dor. Ouve o teu respiro, Olha o teu umbigo, Diz-me o que vês e traz-me a solução, De que não, Há Rosas sem senão. E depois deixas-me em paz, Trazes-me um refresco de limão, Porque Marte e Júpiter chamam por mim. E dás-me boleia até ao céu. Ou então não, e eu dou-te um abraço e posso descansar em Paz. Deixa-me em Paz! Quero morrer sozinha, ou então com muitas flores coloridas, Rosas sem senão. Quando me vou embora? Marte e Júpiter esperam por mim. Acho que já estou a voar, Sou uma imbecil. Afoga-te rapariga, Afoga o rapaz também, Tira a coroa ao teu imperador. Maldita Rosa sem flor. Espelho triste, dourado, ò Rei! E a tua coroa de flores mortas. Escuta o teu respiro, Tira-me o sonho...

o teu grito

É a espera. Está frio cá fora, o céu está nublado, e a estrada é tão larga, não a quero atravessar. Não há semáforos onde estou, por isso espero que atravesses tu esta estrada. Para te pores em perigo por causa de mim. Farás isso? Ou o teu orgulho não to permite? É o meu jogo: Tenho o Ás de Espadas apontado ao teu peito. Sei que não tens medo, pões-te a falar dos filósofos da terra e deixaste de olhar o céu. Dás-me ouvidos, mas eu peço-te mais. Dá-me a mão e segura-a forte até eu dizer pára. Alguns carros passam depressa, não têm cor, trazem a velocidade - é a medida do nosso tempo. Há silêncio na velocidade do tempo. E nos intervalos de tempo é que vives. E tu vives em mim. Morres se eu não te der razão de existir. És o meu divertimento. Tu falas-me dos teus filósofos, dos teus deuses e poetas. Mas em mim tens a Criação. E assim sou deus. Contentas-te com deus? Corro menos riscos se for um deus, sabes? Passou agora um carro, vejo longe os prédios dos subúrbios. Vejo a tua vida ...

o teu adeus

Tu conheces-me bem. Era eu que te fazia o pequeno-almoço todos os dias. Vim visitar-te outra vez. Recebes-me com a mesma mesma cara. Custou-me muito andar este caminho todo a pé. A noite vai alta. Chateia-me o facto de não dizeres "Olá". Eu disse-te "Olá", mas só levantaste os olhos. Não, não quero saber se tens trabalho ou se interrompi qualquer coisa. Vim porque te encontro sempre aqui. Neste andar vazio. Estás à espera que eu faça conversa? Já devias saber que não há conversa de cerimónia entre nós. Falamos só daquilo que não pode permanecer em silêncio. Já te trato por tu há muito tempo. Tu, que finges que a minha visita não te afecta. Tu, que já não me sabes mentir. Mas eu perdoou-te por já não me conseguires mentir. Não tenho saudades do teu sorriso de cortesia. Mas queria um "Olá". Dizes-me o que sentes, zangas-te, irritas-te. Mas eu não me importo. Porque sei que quando me abraças, faze-lo com o coração. E é por isso que venho. E é por isso que não...

o teu cigarro

Sabia que estarias aqui. Sozinho e o teu cigarro. Acossado e escondido neste ermo no fim do mundo. A tua imagem impressiona-me. Os teus olhos crescem à medida que o teu corpo se esvai. E tudo vai com o tempo, até tu, apesar de não o admitires. Julgas-te para além da vida e da morte. Pedes-me vida aqui neste ermo. O dia começa para todos menos para ti. Sei porque queres a minha presença. Queres viver, tens fome. E eu dou-te vida sempre que estou contigo. Sugas-me as forças, sacrifico-me em nome do teu orgulho e da tua fantasia. Queres ser mais que os Homens. Está frio, o céu está azul - vi-lo nos teus olhos. Ainda mora um céu dentro de ti e sabes que tens esse poder sobre mim. Só que eu alimento essa loucura para não te perder, para que vivas, para além da morte. Tudo em ti, para além da morte. E tu deixas-te estar. Sabes que acabo sempre por vir até ti. Em tempos tinhas o sol em ti e dizias-me que que me levarias contigo - lembras-te? Que subiríamos ambos ao zénite e lá seríamos um. Qu...