desortografia propositada

Mandaste-me uma carta,
fiquei a olhar para o envelope,
era tua.
n„o te esqueceste.
se ao menos soubesse,
que antes de tudo se desmoronar sobre mim
que te lembrarias de mim.
Assim esqueci-te por pensar
que era "outrora" - esse tempo triste indefinido,
que tudo poderia ser esquecido.
Tu, eu, um relÛgio avariado e um anel esquecido
encontrado no lixo de algÈm.
era o que restava. Restos de Amor.
Esse relÛgio. Tinhas ficado t„o contente
com esse teu relÛgio. Lembro-me.
Dei-te o teu primeiro guarda-chuva,
sempre te quis proteger e guardar de tudo,
e isso foi o meu erro,
Mas tenho horror ao Mal que o Mundo te possa fazer.
SÛ eu sei quando Ès tu que escreves o meu nome,
Daquelas coisas que sÛ se sabe
quando se diz a alguÈm: "amo-te"
a que se acrescenta um "para sempre"
sem que o coraÁ„o vacile.
AgradeÁo-te, nunca soube por quÍ ao certo.
Tu tambÈm n„o.
Nunca percebeste a minha gratid„o,
e o qu„o redentora ela era.
Nunca me disseste adeus,
e oh, outra vez, esse teu inaudÌvel "adeus".
Nunca me deste escolha,
essa da espera inconstante que n„o obedece a regras
e a que os outros chamam viver.
Como o devoto morre ‡ espera de um milagre,
tenho-te fÈ, e espero-te a ti.
Mas promete-me que um dia me dir·s "adeus"
no ˙ltimo acto, que acabar· sempre nas tuas m„os,
‡ espera do meu nome na tua letra e na tua m„o.

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