No Canto Rasgado







Não há saída por aí.
Esqueceram-se de afixar um sinal
que indique que é um beco sem retorno.

As almas mais desnorteadas
perguntam muitas vezes
que caminho devem tomar.

Marcha atrás, sempre atrás.
Pode ir. Pode ir. À vontade.
Mas custa ter essa liberdade.

Se me pergunta se por acaso
o ocaso desse lado descansa?
Eu respondo-lhe que sim.

Descanse, não o tempo que quiser,
apenas o tempo de uma noite.
Tempo apenas esse que deve descansar.

O dia chama todos os dias por si,
sem o senhor saber.
E depois ainda se vira com sobranceria e diz:
já que acordou comece a viver.

Mas no fim de tudo, antes de adormecer,
o traçado do percurso cabe-lhe a si.

Mas não é por acaso que
o meu veículo está estacionado
no canto do seu mapa mais rasgado.

Queria precisamente dizer-lhe que  
às vezes tudo parece convergir para ali.

E aí convém relembrar-lhe, tendo sempre
a bondade de respeitar a sua liberdade,
de que não há saída por aí.

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